Era sábado, pouco depois do almoço, precisava ir ao Politécnico buscar uns arquivos, e estava sem carro. Saída? Ir de busão, néan? O Inter II (Falcão Prateado para os mais íntimos) estava vazio (Milagre? Sim, pode ser).
Ao meu lado um camarada com pinta de quem estava voltando da gandaia parecia dormir. Na falta total do que fazer, eu pensava bobagens mil.
Sem aviso prévio, o sujeito ao meu lado se vira e pergunta "qual é a sua religião?"
-Hein?!?
-Qual é a sua religião?
-Er...sou católica.
-E você acredita?
Isso lá é pergunta que se faça?
Eu já imaginei o sujeito sacando uma arma e berrando "então comece a rezar para o seu Deus!". Meio sem entender onde aquilo me levaria, respondi, néan?
-Acredito.
-Em tudo?
-Claro!!
-Não...Você acredita em tudo o que o cara daqui de trás está falando?
Eu sei lá o que o cara atrás da gente falava!
Nem tinha reparado que tinha um cidadão atrás de mim fazendo uma daquelas intermináveis e chatíssimas pregações.
Vai assustar a sua avó, meu camarada...
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