Tuesday, July 01, 2008

Cachorro mordido por cobra



Memória, cognição, capacidade de aprendizagem, processo traumático e pós-traumático. São definições que já foram estudadas, teorizadas e discutidas. Mas às vezes você só compreende seu significado vivenciando situações.
Se fosse pra me definir afirmaria que tenho uma capacidade de aprendizado bem desenvolvida, aprendo sempre, mesmo com os erros (meus e alheios) e dificilmente poderá me ver cometendo o mesmo erro duas vezes (que seja significativo, não corriqueiro, como estacionar em local proibido).
E defino baixo meus índices de processos pós-traumáticos. Okay! Assumo não poder sequer sentir o cheiro de uísque, desde o porre fenomenal na praia, que resultou em uma “cama-da-mãe” vomitada (cuja mãe estava nela) e umas patéticas palmadas da referida mãe de 1,58m no traseiro da filha-adolescente-bêbada-enjoada de 1,70m, como já disse: patético no sentido mais amplo da palavra, sem contar a ressaca monstra do dia seguinte.
Refiro-me a trauma mesmo, como não poder ver um palhaço na XV e sair gritando correndo na direção contrária. Traumas podem ser variados: de cachorro, de formiga, de borboleta (o mais redículo na minha opinião, mas não estou aqui pra julgar o trauma alheio). Tem gente que tem trauma de dentista, professor, de porteiro (aham, tem sim), de ex namorado, ou nos casos mais graves trauma do sexo oposto (quando vem ao caso).
O trauma está relacionado a um sentimento negativo relacionado ao ícone causador. Então a pessoa passa a associar a imagem do ícone ao sofrimento. Nesta lógica todo palhaço é o It, todo cachorro é um lobo devorador de criancinhas, formigas são assassinas, borboletas são malvadas (hauhauhauahaeu), dentista é açougueiro e namorados só servem pra te fazer sofrer.
Bom, comigo não é assim, não traumatizo fácil não, tanto que já fui parar umas três vezes no Pronto–Socorro por ser atacada por cachorros, e nem por isso deixei de adorar a espécie.
Não é por que meu relacionamento passado foi um fiasco fenomenal e patético (no sentido mais amplo da palavra) que tenho medo de me relacionar novamente. Só estou, como diria, indo devagar, um passo de cada vez, pra não trocar os pés pelas mãos e quebrar a cara, magoar e ser magoada. E está sendo ótemo assim.
Mas é lógico que nem por isso vou perder a piada:

Amigo sem-noção:- E como vai o namoro?
Mu:- Bem. Estamos indo devagar, sabe como é: cachorro mordido por cobra...
Amigo sem-noção:- Gentem!!! A Mu tá com medo da lingüiça!!!
Mu:- =/

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