Saturday, June 02, 2007

A menina dos sensos...

Existem 6 sensos.
O comum, o crítico, o de humor, o do ridículo, o bom senso e o de direção.
Eu tenho o de humor, não gosto do comum e tenho o crítico.
Perdi há muito tempo o do ridículo e nunca tive o de direção.
O bom me falta com freqüência, mas está guardado aqui.
Creio que o senso de humor está devidamente justificado e o comum acaba de ser nocauteado. Não?

Tenho também a versão corporativa de mim mesma, adquirida/criada/percebida durante dinâmicas e processos de seleção na tentativa de ser uma profissional bem sucedida.
Me chamo Mônyka, sou formada em biologia.
Minha maior qualidade é a capacidade de adaptação e o meu maior defeito é o sarcasmo.
Se eu fosse um animal seria uma suricata, se fosse uma comida seria sorvete de creme com amoras flambadas com licor de cassis (respire e faça hummm), e se eu fosse candidata a miss diria que meu livro preferido é o Pequeno Príncipe.

Esqueci do bom senso de novo.
Não posso me definir porque sou mutante.
Neste exato momento sou uma jovem bióloga que recentemente terminou o mestrado e quase morreu duas vezes em menos de seis meses (censura minha para o blog).
Me considero capaz, inteligente e mereceria uma oportunidade apenas por tamanha falta de modéstia.
Supondo que isso não seja suficiente, explico o que me atrai: aprender (veja só, um clichê). Aprender que clichês não são bons em textos, embora muito eficazes.
Aprender a lidar com informações no dia-a-dia, descontextualizá-las, investigar, escrever e tentar contextualizar tudo novamente.
Eu gosto da visão de mundo que a vida pode me dar.

Gosto da necessidade da informação e de assumir a responsabilidade de ajudar os cidadãos a formarem sua visão de mundo, a decidirem seus governos, programação de cinema, cores de camisas. Tecnologia, fios, cabos, namoros, genes, doenças, extravagâncias, misérias, cotidiano e extraordinário, quero tudo.
Quero conviver com tudo isso, trabalhar com tudo isso.
Nem que seja pra dividir com amigos numa mesa de bar, numa noite de sexta-feira qualquer.

Chegamos agora ao clichê número dois: sou inquieta.
Dá muito trabalho viver com as coisas sem saber o porquê.
Assim, prefiro descobrir “ainda que tenha que guardar a sete chaves (clichê 3)” os porquês das coisas ao meu redor do que simplesmente me conformar com elas.

Não espero mais conseguir mudar o mundo, mas isso não vai me impedir de tentar.
Quero mostrar que na nossa aldeia global (obrigada, Mc Luhan) alguns vivem nas mansões dos caciques e outros são obrigados a morar longe da sombra das grandes árvores.
Ensinar estes a plantar árvores e mostrar àqueles o que fingem ignorar.

”Eu gosto é do estrago”. (Rodrigo Amarante).

Ando Amélie Poulan ao extremo ultimamente, e confesso, embora isso torne meus dias mais leves, tenho ficado irritada com esse sorriso bobo que trago na cara, mesmo em dias terrivelmente conturbados.

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